Pão de alperce e nozes
esde o ano 2000 que o 16 de outubro, para além de ser o Dia Mundial da Alimentação, é também o Dia Mundial do Pão, instituído pela "União Internacional de Padeiros e Afins". Este coletivo juntou-se assim à Organização das Nações Unidas, que em 1979, na 20ª Conferência da ONU para a Alimentação e a Agricultura, escolheu o 16 de outubro (precisamente a data da criação, em 1945, da agência da ONU dedicada à alimentação e agricultura) para celebrar anualmente esta componente essencial das nossas vidas.
Pão com manteiga: guilty pleasure
E o que seria da nossa alimentação sem pão? Atualmente, há quem pratique regimes alimentares onde o pão praticamente não entra, pelo menos o pão tradicional, feito com cereais (caso da dieta paleo), mas confesso que não conseguiria viver sem pão tradicional. É verdade que a qualidade dos ingredientes, nomeadamente das farinhas que são vendidas em grande escala, tem piorado ao logo dos tempos, devido à enorme procura e à pressão económica.
Por consequência, o mesmo se aplica à qualidade do pão que encontramos na maioria das padarias, a começar pelas padarias dos supermercados. Mas, sabendo que há farinhas e outros ingredientes mais e menos saudáveis, sabendo que há técnicas mais e menos saudáveis, não vejo porque tenhamos que eliminar o pão das nossas refeições.
Pão é partilha. É a simplicidade à mesa. É muitas vezes o alimento que salva vidas, que conforta, que garante o dia seguinte. Tanta simbologia à volta do pão. Tanta história e tanta ciência, apenas com dois ingredientes básicos: água e farinha.
Claro que, à semelhança da maioria das pessoas, a maior parte do pão que como não é caseiro. Mas gosto mesmo de fazer pão e estou sempre a pensar em fazer mais vezes, no entanto alguma falta de planeamento e de tempo acabam por atropelar este desejo. Que estas datas e "dias mundiais" me sirvam de lembrete!
A receita destes fui buscá-la a um livro bonito, apenas com receitas de pão e derivados, chamado "Pão Caseiro" de que de já aqui falei na rubrica #dizmeoquelês. Gosto muito de "pão de coisas" e "pão com coisas", por isso adorei esta adição dos alperces secos e das nozes. Se são do meu clube e têm paciência para deixar o pão a levedar durante a noite, agendem já fazer esta receita, vão ver que não se arrependem!
Pão de alperce e nozes
Ligeiramente adaptado do livro "Pão Caseiro", de Maria Blohm
Ingredientes
320 ml de água fria
3 g de fermento de padeiro fresco (tamanho de uma ervilha)
350 g de farinha de espelta
100 g de farinha de espelta integral
1,5 colheres de chá de sal
100 g de alperces secos
50 g de nozes
Método
Coloca a água numa taça e incorpora nela o fermento (sim, a água é mesmo fria).
De seguida, junta os restantes ingredientes - se tiveres uma balança com tara, vai colocando e pesando ao mesmo tempo.
Mistura os ingredientes com a ajuda de uma espátula ou colher (ou à mão) até obter uma massa ligada.
Cobre a taça com película aderente e deixa repousar entre 12 a 14 horas à temperatura ambiente (no inverno talvez seja necessário embrulhar a taça numa manta).
Pré-aquece o forno a 230º com ventoinha e coloca um tabuleiro a aquecer no forno.
Molda seis pães em forma de bola (talvez precises de juntar um pouco mais de farinha, para conseguir moldar as bolas, ou humedecer as mãos, o que também ajuda). Esta é uma massa húmida, mas não desesperes: irás conseguir moldar as bolas. Coloca-as sobre papel vegetal.
Retira o tabuleiro do forno quando este tiver atingido a temperatura mencionada e, com cuidado, transfere o papel com o pão para o tabuleiro.
Polvilha o pão com farinha, se desejares.
Leva ao forno durante cerca de 15 minutos ou até o pão estar dourado e bem cozido - ao bater no pão deve sentir-se um som oco.
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