Gnudi ou Almôndegas de Requeijão
inda que Jamie Oliver já tenha sido mais popular - as notícias sobre o insucesso financeiro de alguns dos seus projetos contribuíram para essa 'queda' - este chef inglês dispensa apresentações. E se há alguém que sabe fazer livros de cozinha, é seguramente ele e a sua equipa. A receita de hoje está no seu livro “Jamie e a Cozinha Italiana”. É o livro em destaque no 24º “Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes”, rubrica que conta, como sempre com o apoio da Livraria Bertrand.*
“Jamie e a cozinha italiana”: um livro à Jamie
Pelas minhas contas, este é já o 22º livro de Jamie. E não é o primeiro a abordar a cozinha italiana. A paixão de Jamie Oliver por esta gastronomia é conhecida, muito por influência da sua passagem pelo restaurante River Café, no início da sua carreira, e também pela sua longa e forte amizade com Gennaro Contaldo, com quem, aliás, viajou por toda a Itália para fazer este livro.
Os sabores italianos são um clássico nos livros do Jamie
Ainda que os sabores e as técnicas culinárias italianas estejam, de alguma forma, presentes em todos os seus livros, nos volumes "Jamie Does...", onde surge um capítulo dedicado a Itália, e no "Jamie's Italy", o seu amor por esta cozinha tinha sido já destacado. Tanto que quando me apercebi do lançamento deste livro, o meu primeiro pensamento foi "O quê? Mais um sobre Itália?"
Se é verdade que Jamie e a sua equipa sabem baralhar e dar de novo como ninguém - são peritos em reaproveitar receitas, alterando-lhes pequenos detalhes e apresentando-as com novas roupagens, como se fossem inéditas - também é certo que a riqueza e a capacidade de sedução dos sabores italianos prestam-se a isso mesmo, sem nunca nos cansarem.
Este é um livro à Jamie: grande formato, capa dura, 410 páginas, fotos maravilhosas de David Loftus - um dos melhores fotógrafos de comida do mundo (cuja carreira e sucesso são indissociáveis da sua parceria de muitos anos com Jamie), mais de 200 receitas, bem escrito, design gráfico irrepreensível.
O índice divide-se pelos seguintes capítulos:
- Introdução
- Antipasti
- Saladas
- Sopas
- Massas
- Arroz e Dumplings
- Carne
- Peixe
- Acompanhamentos
- Pão & Afins
- Sobremesas
- As bases
Um dos aspetos mais bonitos do livro, ainda que noutros dos seus livros Jamie já o tenha feito, é o facto de nos dar a conhecer várias "nonnas": "avós" italianas que cozinham magistralmente e há anos para as suas famílias e/ou pequenos restaurantes.
A receita que escolhi para testar, e que segue mais abaixo, foi a de "gnudi", que no italiano da Toscana significa "nu". O nome deve-se ao facto de serem feitos apenas com ricotta (usei requeijão), um recheio clássico dos raviolli, ou seja, é como se fossem raviolli "nus", sem a massa.
Resumindo
"Jamie e a Cozinha Italiana" não é um livro inovador, nem no tema, nem no tipo de receitas, a que o Jamie Oliver nos habituou nos seus livros anteriores. No entanto, nota-se uma certa simplicidade, sobretudo no número de ingredientes das receitas e nos métodos de confeção, que me agradou bastante. É um livro muito bem feito, daqueles que se folheia com muito prazer e onde se colam post-its em quase todas as páginas.
Saber mais/comprar o livro “Jamie e a Cozinha Italiana” - Livraria Bertrand
Gnudi ou almôndegas de requeijão
Ingredientes
- Para 3/4 pessoas
- 500 de requeijão
- 50 g de parmesão ralado + um pouco para polvilhar no final
- 500 g de sêmola de milho para polenta
- 1 pitada de sal
- 1 pitada de pimenta preta acabada de moer
- 750 ml de molho de tomate caseiro
- 100 g de nabiças ou brócolos
- Noz moscada para ralar na altura
Método
De véspera, fazer as bolinhas:
Colocar a farinha para polenta num prato fundo.
Escorrer o requeijão, desfazê-lo e misturá-lo com o parmesão ralado finamente e um pouco de sal e pimenta preta acabada de moer.
Fazer bolinhas (um pouco mais pequenas do que as almôndegas tradicionais) e passá-las pela polenta, colocando-as noutra assadeira.
Verter a polenta sobre as almôndegas, para cobri-las.
Levar ao frigorífico - mínimo 8 horas - sem tapar.
No dia seguinte:
Ligar o forno nos 180ºC.
Dar uma fervura aos brócolos ou às nabiças (devem ficar al dente).
Colocar o molho de tomate num prato relativamente fundo de ir ao forno.
Dispôr as almôndegas, sacudindo o excesso de polenta.
Dispor os brócolos ou as nabiças.
Polvilhar com noz moscada e queijo parmesão ralado.
Levar ao forno até borbulhar e as almôndegas ficarem crocantes e tostadinhas.
Servir com umas boas fatias de pão rústico.
Nota
Nas fotos, está o resultado dos gnudi seguindo a receita original, que diz para se cozerem os mesmos em água com sal e passá-los por manteiga e noz moscada antes de se levarem ao forno no molho de tomate. No entanto, achei difícil este processo (os meus gnudi - prefiro chamar-lhes almôndegas - começaram a desfazer-se). Como não cozi todos, resolvi levar alguns ao forno sem cozer antes, mas igualmente numa cama de molho de tomate, mantendo a capa de polenta (que desaparece na água de cozedura). Ficaram deliciosos e ainda melhores do que os primeiros, pois a polenta dá ao prato um contraste de texturas fantástico.
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